![capt.sge.lim41.061205001916.photo00.photo.default-284x380[1].jpg](http://agualisa4.blogs.sapo.pt/arquivo/capt.sge.lim41.061205001916.photo00.photo.default-284x380[1].jpg)
Sem me meter na via sacra, direi que acredito cada um arrastar um corpo e uma alma. Um e outra vivendo em comunhão, quando não em descomunhão, enquanto por aqui andamos, entre os outros, amarrados à mesma forma duplicada de se viver. Um agarrado à outra, ambos finitos e a compasso, como prevejo revelar-se ou confirmar-se na hora do último minuto - a antecâmara da descida ao escuro irreverso. Crença minha. Não desejando a tremenda decepção de confirmar, tarde demais, que uma das partes tem vigor egoisticamente eterno e, nessa vaidade, ser capaz de romper a solidariedade com o seu camarada e metade.
O corpo é coisa de se ter juízo, com treino e bom trato adequado. E quando ao corpo se dá mau trato, que seja coisa que dê gozo na alma, porque caso contrário é mero desperdício.
Quanto á alma, a coisa fia mais fino. A gaja não é nada fácil de com ela lidar, muito menos de a controlar. E tem a tendência exasperante de estar sempre a fugir-nos, querendo voar sozinha, remetendo-nos uma vida inteira ao stress da ansiedade de a querer agarrar.
Por isso, num homem ou numa mulher, os seus corpos servem sobretudo como montra para lhes ler a alma. A maioria das vezes, uma montra de enganos. E será por estar sempre a enganar e a fugir que, num homem ou numa mulher, o melhor, quando não é o pior, é a sua alma.