Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2006

A HIGIENE DO PUDOR

viole.jpg

Aprecio o pudor. Sem pudor, a luxúria - que ainda gosto mais – fica sem jeito, sabendo sempre a pouco ou mesmo a nada. Mas se o pudor se transforma numa forma de higiene de composição da prédica, já começa a cheirar demais a cera. E os odores, no pudor e na luxúria, são uma parte constituinte da função.

Li aqui, referindo-se os indiciados de um homicídio miserável e que eram internos das Oficinas de S. José no Porto, que se trata de “um grupo de jovens, internados numa instituição particular de solidariedade”. E, aqui, o pudor estará em não se dizer, ou não se querer dizer (a dúvida deve beneficiar sempre o autor), que essa “instituição particular” não é nada particular relativamente à Igreja Católica. As Oficinas de S. José (as do Porto, em Lisboa continuam a depender da mesma Igreja mas pelo “ramo salesiano”) dependem do Senhor Bispo do Porto e são dirigidas por senhores padres católicos.

Não é que o hediondo do crime implique qualquer associação directa entre os actos do bando criminoso e a honorabilidade da prédica da Igreja. Mas não isenta a Igreja, pelo contrário, que o bando tenha saído de uma instituição que depende dela, Igreja Católica, e por ela é tutelada e orientada. Como os “casos Casa Pia”, não isentam o Estado. Ambas, as duas falhas miseráveis, revelam perversões, admitindo que se tratem apenas de desleixos perversos, no acompanhamento de crianças a seus cargos. Na Casa Pia, com o Estado a permitir o abuso delas, nas Oficinas S. José, com um Bispo e vários padres a "educarem" abusadores. Num caso e noutro, antros de crimes.





publicado por João Tunes às 00:01
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2 comentários:
De marta a 27 de Fevereiro de 2006 às 15:54
Queria apenas por um momento,
Poder apagar o passado,
Poder estar ao seu lado,
Para dizer que te amo.

Queria apenas por um instante,
Poder tocar a tua face,
Poder ter o teu amor,
Poder sonhar um pouco mais.

Queria apenas por um minuto,
Poder ser um daqueles silêncios,
Que quando menos se espera,
Surpreende de forma irreverente.

Queria apenas por um segundo,
Poder ser parte do teu pensamento,
Poder ser a cada instante,
Uma lembrança constante,
Que não se apaga mais.

Enfim, queria apenas uma chance,
Para ter um momento do teu amor,
Um minuto do teu silêncio, e...
Todos os segundos do teu pensamento!


De ana a 27 de Fevereiro de 2006 às 11:29
Obrigada, João. Há coisas que me ocorrem e são claras a nível do pensamento e depois, por incapacidade minha, não sei pôr por palavras. Esta matéria de que aqui falou é um desses casos.
No seu escrito ficou absolutamente transparente e inequívoco: a higiene do Pudor. Não haveria outra expressão mais apropriada.


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