
"Pouco parece interessar que a Iberdrola seja liderada por um ex-ministro que, para além de desenvolver os negócios que ele próprio iniciou quando estava no poder, continue ainda a ter cara para se exibir como deputado da nação."
(Manuel Carvalho, no jornal Público, sobre Joaquim Pina Moura, deputado do PS e autêntica figura esquisita que se abateu sobre o sector energético quando ministro de Guterres e que continua a mexer cordéis grossos no sector, agora como deputado da Nação e como Administrador)O caso Pina Moura será o mais descaradamente estranho no exercício do poder governamental. Um caso, vindo do primeiro governo Guterres, em que Pina Moura, como ministro da Economia, levou António Mexia para a energia e a ENI para a Galp. E que, agora, com Pina Moura como deputado e administrador da Iberdrola e da Galp (pela Iberdrola), provavelmente como próximo administrador da EDP (pela Iberdrola), parece querer culminar (segundo o "Expresso") com António Mexia à frente da Comissão Executiva da mesma EDP (que, no intervalo entre a Galp e a EDP, foi um dos mais destacados ministros santanetes). Por mera coincidência, acontece que António Mexia e Manuel Pinho, o actual ministro com as tutelas da Galp e da EDP, são oriundos do mesmo "grupo" (Espirito Santo).
Entretanto, António Mexia parece ter uma dupla estrelinha a protegê-lo no sucesso camaleónico se governa o PSD, é ministro; se governa o PS, é administrador-presidente onde manda o Estado. Parecendo demonstrar-se que este gestor-maravilha, um dos obreiros charmosos do "Compromisso Portugal", só não consegue singrar na iniciativa privada...
Iremos ver se a decência, ou a sua aparência, ainda se usa.