![20051001ninho[1].jpg](http://agualisa5.blogs.sapo.pt/arquivo/20051001ninho[1].jpg)
Uma das coisas que mais me revoltam no nosso viver social é esperarmos que figuras que sabemos que muito todos lhes devemos vão desta para melhor, faltarem-nos, para lhes prestarmos homenagens de baba e ranho.
Tem toda razão o meu caro
Raimundo Narciso em evocar a figura peculiar e gigantesca dessa grande mulher -
Inês Fontinha.
Esta socióloga madeirense, católica militante, persistente e coerente, uma mulher que imagino como querendo entrar no céu pelo lado esquerdo (sabendo que o elevador do lado direito está reservado aos crentes e cumpridores que acumularam com as condições de ricos e poderosos), há
trinta anos (!) que fez de causa da sua vida o voluntariado pela reinserção social de mulheres prostitutas. E, pelo
O Ninho, já passaram
sete mil nossas concidadãs. Às quais, Inês mostrou um dedo de carinho a indicar-lhes e procurar-lhes um caminho entre os mil caminhos diferentes e difíceis da dignidade, alternativos aos caminhos turvos do mundo oferecido por homens de sexo tão frágil que se dispõem a pagar para dele terem prazer ou até rebaixarem-se ao contentamento na sua ilusão. Umas tantas seguiram o dedo da Inês, outras ficaram-se pela via fácil da perda de vida gasta a ganhá-la. Mas as que ganharam a luta, mais nós todos os outros, temos uma dívida de gratidão social para com Inês Fontinha.
Obrigado, Inês!
De
Ana a 11 de Janeiro de 2006 às 10:30
Em pleno coração, tocou-me este post.
Obrigada Inês e obrigada João, pelas palavras tão adequadas, sentidas e justas que deixou aqui.
De Pim Polho a 11 de Janeiro de 2006 às 00:22
Concordo. Acho Inês Fontinha uma espécie de cavaleiro andante dos tempos modernos, intrépida e sozinha, sem desfalecimentos, utopicamente em busca do seu Santo Graal. Mas quem pode ser bem sucedido nesta área sem doses massivas de utopia, "fundamentalismo" e coerência? Não estou completamente de acordo com a visão que IF tem da problemática da prostituição, mas que importa? Trata-se de uma Grande Mulher.
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