
Confesso que, no desarmar da tenda, estou a gostar, e a divertir-me, com a forma como Manuel Alegre está a faenar, com chicuelinas, o arrumar de casa do PS para evitar o luto purgado da estupidez política que foi o negócio furado com a procissão e levando Soares, como Buda da democracia, num andor.
Eles bem precisavam dele, Alegre e seus companheiros de jornada, como bodes expiatórios para não confessarem com todas as letras: fomos parvos, mas ganhámos, nós só queríamos Cavaco à primeira. Só que, em vez de um bode velho para sangrar em sacrifício ritual, saiu-lhes enguia sabida na rifa.
Alegre no seu melhor. Uma recusa rebelde de encaixar nos estereótipos consagrados. O que é uma continuação de apelo cívico. Pelo menos, ao fazer saltar, mostrando-se ridículos, os estalinismos serôdios escondidos nos aparelhos envelhecidos. Pode ser que se gastem a apanhar cacos, pode ser.