![buster_keaton[1].jpg](http://agualisa5.blogs.sapo.pt/arquivo/buster_keaton[1].jpg)
Gosto de me meter com o
JG. Primeiro, porque tenho uma veneração especial pelo seu blogue (já o disse e repito: o seu blogue vale por mil Museus, centenas de Bibliotecas e umas tantas Faculdades). Depois, porque sei (saberei?) que não me leva a mal, de certeza por não me levar a sério e eu adoro alargar-me, abusando não poucas vezes, quando alguém me concede a benesse de me considerar inimputável.
O
JG usa e glosa as efemérides, desde as mais evidentes até às mais esquecidas, sobretudo as insuspeitas. Assim, com ele, a memória, a nossa memória, tem âncoras reforçadas, ajudando-nos a perceber que, nada se sabendo sobre o futuro, o passado é garantidamente infinito.
Hoje, o
JG lembrou-nos que Buster Keaton, Joseph Frank Keaton Jr, conhecido entre nós como o
Pamplinas, faleceu em 1 de Fevereiro de 1966.
O que ele foi dizer, dizendo-nos, dizendo-me. Bolas, o Buster Keaton! Um meu
monstro sagrado, um meu ídolo. E se fosse pelo clubismo, diria até que quem nunca conseguiu apreciar Buster Keaton, adora Charlot (pior: Totó ou Cantinflas ou Fernandel ou Vasco Santana). Assim, mal parecido, lembrando uma anedota sobre jogos de cartas e que diz que quem não consegue aprender a jogar bridge, joga king.
Encantado fiquei com a lembrança mais que oportuna. Mas, depois, eis senão, quando, e de repente, o
JG, metendo o jargão do estereótipo, diz esta enormidade mil vezes repetida (e se isso fosse mérito, pelo elogio da repetição, Goebbels tinha direito a nome em Avenida principal) sobre Buster Keaton:
o cómico que nunca se ria!
Eu não sei qual o conceito aceite pelo
JG sobre o riso. Ou se considera o riso como coisa séria ou risível. E onde se situa o riso no ser humano? Na contracção facial, no som emitido? Ou o riso é, antes e sobretudo, um abrir de alma, mostrando-nos o risível, implícito ou explícito, da sucessão de absurdos de que a vida não é mais que uma soma mais ou menos completa, mas sempre contraditória?
Fica o protesto. Buster Keaton terá sido dos actores (entre os geniais) que mais se riu. Dele, de nós, da vida, das situações. Infelizmente, por tanto termos desaprendido desta forma de viver o estar é que o mundo está como está sermos sérios, sobretudo quando nos rimos, não merecendo ser levados a sério quando sérios queremos ser e muito menos quando nos rimos. Querem exemplo? Está aqui, neste post.