
Por feliz acaso, eu estava lá. Eram seis da tarde, hora boa para espreitar amigos. Ia vê-lo, procurando-lhe, sem que ele me visse, os olhos fugidios que dão moldura ao seu sorriso seco e sacudido a balancear entre o irónico do sarcasmo e a ternura fugidia de quem tão para dentro mete. Coisas, uma e outra, de homem bom. Por ainda mais feliz acaso, eu levava comigo a máquina de caça instantâneos e apanhei-o, no exacto e fatal momento, em que ele dava ritual de despedida à, anunciada ou ameaçada,
última fumaça. Fica aqui, a imagem testemunho (se real ou imaginada, qual a diferença?), como partilha de homenagem a um dos pilares mais sólidos e éticos da blogosfera lusa.
Caro
João Carvalho Fernandes, direitinha da minha estima, amigo meu, solidário de dívida sem paga por falta de preço, não me vais ouvir uma só palavra de não pode ser e volta rápido. Seria ofensa, entendida como eu a entendo e julgando que bem me entenderás. Porque estar aqui, só pode ser acto de vontade e liberdade. Para mais, obra tua tão feita não fenece nem se apaga, sequer se agarrada às cinzas de um nobre
habano, último que seja. Mas de uma coisa ficas certo, para teu pecado grado, tu mesmo, o que me meteste o blogo-vício no corpo, deixas-me, agora e aqui, pendurado no bloganço? Armado em quê? Posso também descansar? É que, sem a tua companhia, agora é mais fácil desistir.
De Joo Carvalho Fernandes a 16 de Fevereiro de 2006 às 09:01
Caro João,
Nem sei que lhe diga depois de ler este texto....
A minha paragem deve-se a problemas numa empresa de que sou sócio. Sem os resolver (para o bem ou para o mal) não consigo voltar a escrever.
Um grande abraço e continue a maravilhar-nos com a sua prosa.
De
ana a 15 de Fevereiro de 2006 às 17:06
João, não pense nisso...
Considere os viciados em Agua Lisa, faça favor.
Eu sou desses e espero "vê-lo" por aqui ainda por muito tempo.
gaita! adia-se, adia-se, mas é lendo assim os outros que se pensa no 'nosso momento'...
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