
O gajo tem cara larga, beiçolas grossas e uma dentuça que é o que se lhe mais nota. Mete as mãos armadas como se estivesse sempre à espera de segurar o rosário para rezar o terço. Levanta o sobrolho e ri-se com uma doçura a puxar para o não te rales. Tem um penteado ondulado de quem andou em colégio de queques. Abusa do anafado e ameaça três quartos do caminho para o gorducho. Usa óculos sem argolas a segurar as lentes, daqueles que se resumem a uns vidrinhos pendurados nas orelhas como se usasse monóculo em duplicado. Foi da Câmara Corporativa do Marcelo e saltou para o Conselho de Estado da Revolução. Nos tempos revolucionários, chamavam-lhe Seitas do Mal, depois deu uma volta do caraças e acabou por se aninhar no Sócrates
Bolas, se com tantos condimentos, perante o político mais caricaturável deste País, os nossos cartoonistas não lhe afinfam nas baboseiras forte e feio e até o gajo zarpar do governo, eu cá por mim proibia-os de voltar a desenhar. Neste caso extremo, eu cá não faço por menos e que se lixe a liberdade de expressão.